Pesquisadores desenvolveram uma tecnologia acessível que pode se tornar uma importante fonte de energia renovável no futuro.

Cientistas da Universidade de Stanford testaram o protótipo de uma bateria que pode explorar a mistura de água salgada e água doce – conhecida como “energia azul” – em usinas de tratamento de efluentes. Globalmente, de acordo com os estudiosos, a energia recuperável das estações de tratamento de águas residuais costeiras é de cerca de 18 gigawatts, o que seria suficiente para abastecer 1.700 residências por um ano inteiro.

“A energia azul é uma fonte imensa e inexplorada de energia renovável”, disse o co-autor do estudo, Kristian Dubrawski, um acadêmico de pós-doutorado em engenharia civil e ambiental em Stanford, em um comunicado. “Nossa bateria é um passo importante para praticamente capturar essa energia sem membranas, partes móveis ou demanda energética.”

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Conforme os pesquisadores explicaram em seu artigo, eles monitoraram a produção de energia do protótipo de bateria com a descarga do efluente de águas residuais da Central de Controle de Qualidade da Água de Palo Alto e a água do mar coletada nas proximidades de Half Moon Bay. Os materiais da bateria mantiveram 97% de eficácia na captura da energia do gradiente de salinidade, de acordo com a Universidade de Stanford.

Sabe-se que as estações de tratamento de águas residuais são intensivas em energia e vulneráveis ​​a paradas de energia, que já aconteceram na Califórnia em meio à sua crise de incêndios florestais; no entanto, como observam os pesquisadores, torná-los independentes de energia reduziria as emissões e as libertaria de possíveis apagões.

De acordo com os pesquisadores, o processo de capturar “energia azul” libera íons de sódio e cloreto dos eletrodos da bateria na solução, fazendo um fluxo da corrente de um eletrodo para outro; depois disso, uma troca rápida de efluente de águas residuais com água do mar leva o eletrodo a reincorporar íons de sódio e cloreto e reverter o fluxo da corrente.

A energia é recuperada durante as descargas de água doce e água do mar, sem necessidade de investimento ou carregamento antecipado. No entanto, os pesquisadores alertaram que o conceito precisa de mais testes.

“É uma solução cientificamente elegante para um problema complexo”, disse Dubrawski. “Ele precisa ser testado em escala e não aborda o desafio de aproveitar a energia azul na escala global, – rios correndo para o oceano – mas é um bom ponto de partida que pode impulsionar esses avanços”.

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