Sabemos que as energias renováveis podem ajudar a proteger o clima. No entanto, novas pesquisas mostram que eles também podem melhorar a saúde pública, geralmente de maneiras surpreendentes.
As fontes de energia renováveis podem economizar muito dinheiro, sugere um estudo publicado na Environmental Research Letters. A nova infraestrutura de saúde precisa de energia e, com novas fontes renováveis já mais baratas que o carvão, elas renderiam US$ 2,8 bilhões em economia do clima e US$ 4,7 bilhões de impactos climáticos evitados sobre um orçamento de US$ 3,5 bilhões. E tudo isso enquanto se gera energia limpa e sustentável.
Elas também são um ótimo investimento do dinheiro dos impostos, calculado para economizar US$ 4,7 bilhões aos cidadãos, graças à evasão de salários perdidos pelas mudanças climáticas e combinado com imensos benefícios à saúde e menores despesas com ela, além de cancelar uma longa lista de ameaças à saúde relacionadas ao clima, argumentam os pesquisadores.
Essas afirmações são ousadas, mas é indiscutível que energia limpa significa melhor qualidade do ar. A queima de combustíveis fósseis, por outro lado, aumenta a probabilidade de doenças cardíacas, derrames, asma, câncer de pulmão e outras doenças. Enquanto isso, um clima alterado pela queima de combustíveis fósseis também significa agravamento de alergias, disseminação mais rápida de vírus e maior vulnerabilidade da saúde. Essas mudanças já estão acontecendo e a mudança para as energias renováveis pode ser uma maneira mais rápida de retardá-las ou, possivelmente, reverter a tendência.
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Os resultados são baseados em pesquisas transdisciplinares que cobrem 10 estados dos EUA com análises sobre as implicações econômicas, de saúde, ambientais e políticas de diferentes sistemas energéticos, com base na modelagem integrada de possíveis cenários futuros. Uma descoberta surpreendente é que um maior investimento em energias renováveis pode gerar retornos maiores que o esperado. Se os estados fortalecessem suas políticas de energias renováveis, os resultados seriam ainda melhores, observam os pesquisadores.
Por exemplo, chegar a 20% de fontes renováveis até 2030 levaria a mais de US$ 14 bilhões economizados em custos relacionados à saúde e ao clima, enquanto empurrar a barra para 26% elevaria esse número a mais de US$ 20 bilhões. Cada quilowatt-hora de capacidade de novas energias renováveis pode gerar entre 8¢ e 13¢ de benefícios à saúde, dependendo do cenário.
Assim, a meta de 13% de fontes renováveis na matriz energética estadunidense arrisca perder uma oportunidade histórica, que é crítica para sobrevivência do ser humano como espécie. As descobertas são particularmente pertinentes quando os investimentos em sustentabilidade costumam ser vistos como arriscados.
Esta pesquisa pesa a favor daqueles que advogam por uma transição de energia limpa o mais rápido possível. Os economistas não serão mais capazes de resistir aos números: um futuro baseado em energia limpa pode muito bem ser o único que podemos pagar.
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