A expectativa é de que as fontes renováveis de energia sejam mais baratas que combustíveis fósseis, ainda no próximo ano.
As novas instalações de energia solar fotovoltaica estão programadas para alcançar um recorde neste ano, impulsionadas pela melhoria dos mercados na Europa e nos Estados Unidos e rápido crescimento na Índia e no Vietnã, disse a consultoria Wood Mackenzie na última semana.
Espera-se também que os preços baixos dos leilões ajudem a impulsionar a nova capacidade fotovoltaica até o final deste ano, para 114,5 gigawatts (GW), 17,5% superior a 2018 e a primeira vez que novas instalações ultrapassaram 100 GW.
Investimentos em ações de energia renovável: dicas top e as maiores empresas
No ano passado, a nova capacidade caiu ligeiramente, principalmente devido a uma desaceleração no maior mercado de energia solar fotovoltaica do mundo, a China, que acabou com os subsídios tarifários para novos projetos.
“O mercado agora está de volta em uma forte trajetória de crescimento – a desaceleração de 2018 foi apenas um ruído e esperamos que as instalações anuais aumentem para cerca de 125 GW por ano no início dos anos 2020”, disseram analistas da Wood Mackenzie em seu relatório.
A previsão de aumento este ano será impulsionada principalmente pela Europa – em particular a Espanha, os Estados Unidos, a Índia, o Vietnã, assim como o Egito e os Emirados Árabes Unidos.
Os países que instalam entre 1-5 GW por ano impulsionarão o crescimento. No ano passado, havia sete desses mercados. Em 2022 haverá 19, incluindo França, Arábia Saudita e Taiwan, segundo o relatório.
O aumento vem apesar da desaceleração na China, que está priorizando projetos renováveis que podem operar sem subsídios após uma rápida queda nos custos de fabricação.
Suas instalações atingiram o pico de 53 GW em 2017 devido a generosos subsídios, mas devem diminuir para cerca de 30 a 40 GW por ano.
Até 2024, no entanto, a China, a Índia e os Estados Unidos serão responsáveis por mais da metade do total de instalações solares fotovoltaicas. Globalmente, os leilões, em vez de subsídios, são cada vez mais populares para incentivar o desenvolvimento de energias renováveis.
“Os leilões serão realmente importantes para impulsionar o crescimento, especialmente nos mercados emergentes”, diz Tom Heggarty, analista solar sênior da Wood Mackenzie.
Cerca de 90 GW dos projetos deverão receber contratos por meio de leilões este ano, um aumento de 10% em relação a 2018.
Um preço baixo recorde para a geração solar de US $ 16,95 por megawatt hora foi estabelecido em um leilão brasileiro em junho e os resultados da segunda rodada de um leilão da Arábia Saudita devem ser divulgados no final do ano, que devem ser muito baixos também, acrescentou Heggarty.
Um estudo separado no início deste ano, da Agência Internacional de Energia Renovável (Renewable Energy Agency), disse que a eletricidade gerada pela energia eólica terrestre e solar fotovoltaica será consistentemente mais barata do que qualquer fonte de combustível fóssil no próximo ano.
+++
