E se pudéssemos combinar energia renovável com arte pública para produzir um investimento lucrativo que funciona como ponto focal de uma cidade, até mesmo uma atração turística?
É uma grande ideia, mas a Land Art Generator Initiative, sem fins lucrativos, com sede em Seattle, cujo slogan é “Energia renovável pode ser bonita”, espera fazer exatamente isso. Os co-fundadores Elizabeth Monoian e Robert Ferry apresentaram os resultados de seu projeto de 10 anos de competição de design no fórum de arte e energia nos EUA.
Nesse país, quando as usinas tinham que estar perto das cidades, seus edifícios eram prédios públicos arquitetonicamente interessantes que se misturavam com o horizonte urbano. Hoje, muitas dessas estruturas foram redirecionadas para escritórios, varejo e atrações multiuso no centro.
Quando a tecnologia tornou possível colocar as usinas mais distantes das cidades onde elas operavam, elas se tornaram muito mais industriais e uniformes na aparência. Mesmo os parques eólicos e solares, embora atraentes à sua maneira, não são individualmente distintos; parques eólicos nos EUA parecem parques eólicos no Brasil.
Enquanto viviam em Dubai, Monoian, um artista, e Ferry, um arquiteto, ficaram impressionados com a escala e o design que ultrapassam os limites evidentes na arquitetura da cidade. Já comprometida com a energia renovável, questões de mudança climática e sustentabilidade, a dupla lançou a Land Art Generator Initiative (LAGI) na esperança de inspirar arquitetos, paisagistas, cientistas da energia, engenheiros, autoridades da cidade e investidores para apoiar projetos de estruturas sustentáveis de energia que serviriam como obras de arte pública enquanto alimentavam milhares de casas.
A partir de 2010, o LAGI começou a patrocinar competições anuais de design para projetos em cidades ao redor do mundo, incluindo Dubai /Abu Dhabi, Copenhague, Santa Monica e Melbourne, na Austrália.
Os resultados? Desenhos incríveis e criativos para projetos de larga escala que não apenas proporcionariam uma beleza espetacular às paisagens urbanas, mas também seriam as principais fontes de energia para os moradores da cidade.
Os materiais inovadores empregados nesses projetos incluem painéis solares coloridos – pense em vermelho, azul e amarelo – e filmes especiais que podem servir como uma sobreposição mural artística em painéis solares. As tecnologias incluem células de combustível microbianas, coleta piezoelétrica e dessalinização eletromagnética da água.
Embora nenhum desses projetos tenha sido construído ainda, o concurso LAGI 2020 – que buscará oportunidades para o design de instalações de arte sustentável nos arredores do festival Burning Man, em Nevada – será um processo acelerador destinado a atender às necessidades de energia, água, comida e abrigo no local que atrai cerca de 70 mil participantes a cada ano.
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